O pesquisador do Instituto de Estudos Económicos e Sociais (IESE), Alexandrino Forquilha, defende que erguer escolas e hospitais sem apetrechá-los com equipamento adequado e necessário para os seus utentes não resolve os problemas com que estes sectores se debatem actualmente relativamente à oferta de serviços.
Na educação, por exemplo, será difícil formar “pensadores” sem sítios apropriados para a obtenção do conhecimento prático. As políticas centradas na construção e expansão de infra-estruturas escolares, hospitalares e outras consideradas úteis ou necessárias para melhoria se serviços da Função Pública vão continuar a fracassar e nunca serão capazes de dar uma resposta cabal a problemas que inquietam os moçambicanos. É preciso que se aposte na criação de condições materiais e humanas, realçou Forquilha.
Na sua óptica, o desenvolvimento de um país implica a produção de seres humanos que pensam e não reprodutores de conhecimentos teóricos, ou seja, as escolas não podem continuar a formar gente sem campo para adoptar a prática, principalmente para o sector da educação, onde há demanda de laboratórios para aperfeiçoar o conhecimento da população estudantil.
Segundo Forquilha, uma educação improvisada não produz soluções para erradicar os males que afectam grande parte da população moçambicana. Pelo contrário, gera desigualdades, fraca capacidade intelectual e ideológica e lacunas de gestão da coisa pública.
“O país não precisa de escolas desequipadas, mas, sim, de uma educação com qualidade, competente, humana e capaz de se constituir como alternativa para suprir as lacunas que são notórias na estrutura governamental moçambicana”, concluiu Forquilha.