Celebrou-se, neste sábado (04), o Dia da Paz em Moçambique. Desde a assinatura do Acordo Geral da Paz, a 04 de Outubro de 1992, a Renamo, o maior partido da oposição, participou pela primeira vez nas cerimónias oficiais de celebração desta efeméride, em Maputo e Tete, mas nesta província o governo local evitou a presença de Afonso Dhlakama na Praça 04 de Outubro.
Na capital moçambicana, Armando Guebuza, Presidente da República, disse que, desde a proclamação da paz, em 1992, o Produto Interno Bruto (PIB) subiu, o que significa que o país dispõe de mais recursos e, por conseguinte, há cada vez menos pessoas a morrerem à fome. Ele falava à Imprensa momentos depois de depositar uma coroa de flores da Praça dos Heróis.
Na cerimónia ecuménica realizada da Praça da Paz, Guebuza pediu às igrejas para que se engajem no processo de desmilitarização da Renamo e reintegração dos seus guerrilheiros na social e económica do país.
Para o efeito, o estadista moçambicano reconheceu que o papel das confissões religiosas é fundamental, bem como para a "implementação efetiva" do segundo acordo de paz recentemente assinado entre o Governo e a Renamo, em resultado do conflito armado que durou sensivelmente dois anos.
José Macuiana, chefe da delegação da Renamo no diálogo político com o Executivo, e António Muchanga, porta-voz do gabinete do presidente da "Perdiz", são alguns membros seniores da Renamo que estiveram na celebração do 22.º aniversário da paz em cumprimento das orientações do seu líder Afonso Dhlakama. Este anunciou, nas vésperas da efeméride, que o partido iria participar no evento e não “deu para trás”.
Contudo, em na província de Tete, o governo local evitou Dhlakama. Este disse que pretendia estar presente na Praça 04 de Outubro às 08h30, mas o protocolo governamental telefonou a informar que o líder da “Perdiz” devia se fazer presente no local por volta das 09h00. A deposição da coroa de flores aconteceu por volta das 07h30 à revelia da Renamo.