O Clube Ferroviário da Beira ergueu neste sábado (8), pelo segundo ano consecutivo, o troféu da segunda prova mais importante do país, em tarde de pouco futebol no Estádio Nacional de Zimpeto, em Maputo. Os locomotivas de Chiveve, com um golo de Maninho aos 47, derrotaram o seu homónimo de Maputo por uma bola a zero.
No relvado em mau estado do Estádio Nacional de Zimpeto, que dentro de sensivelmente sete dias vai receber um importantíssimo jogo para as contas de Moçambique no apuramento para o Campeonato Africano das Nações do próximo ano , o Ferroviário da Beira, que mais uma vez não veio a Maputo para fazer figura, entrou com a sua habitual disposição táctita baseada no 4 – 4 – 2, com Maninho e Nelito como os homens mais adiantados, diante de um 4 – 3 – 3 da formação orientada por Vítor Pontes.
Nos primeiros instantes os locomotivas de Chiveve exerceram uma forte pressão a partir do meio-campo o que decerto criou inúmeras dificuldades ao seu rival que não conseguia sair com a bola controlada, optando por bombear as bolas para as alas para explorar a velocidade e técnica de Andro e Diogo.
Dado curioso foi o facto de o Ferroviário de Maputo, embora em superioridade numérica na zona intermediária, mostrar uma incapacidade de ganhar as segundas bolas, afastadas da zona de perigo da baliza à guarda de Willard. No primeiro quarto de hora da primeira parte as duas formações não criaram jogadas dignas de registo a exceção do remate fraco de Nelito para uma defesa segura de Leonel.
A partir do minuto vinte a partida começou a ser disputada numa toada de ataque e respota, ou seja, o conjunto que atacava era perigosamente correspondido. À passagem do minuto 20, na sequência de um livre a castigar uma infração de Carlitos, Andro rematou em arco mas Willard com uma excelente defesa nega ao golo ao Ferroviário de Maputo.
Na jogada seguinte, Andro flectiu pela esquerda e a entrada da área para o esférico para Diogo que, do meio da rua, rematou forte mas a bola passou a escassos centímetros do poste direito de Willard. O Ferroviário da Beira responderia aos 35 minutos. Reinildo, depois de uma excelente combinação com Carlitos, galgou terreno até linha do fundo e com um passe magistral isola Maninho que, sem marcação, rematou para uma defesa fantástica de Leonel, diga-se foi a oportunidade mais flagrante da primeira parte.
As duas equipas estavam lançadas ao ataque a procura do golo, mas o estado do relvado não ajudava, uma vez que a bola não circulava por culpa do areal misturado com o gramado. À passagem do minuto 37, na sequência de um livre a castigar uma falta de Cufa sobre Luís, Jeitoso desferiu um portentoso remate mas a bola passou por cima da baliza de Willard.
Na resposta da turma de Chiveve, Mfiki depois de ganhar no despique com Belo, galgou terreno até a linha de fundo e cruzou para a marca de grande, mas Leonel com uma palmada desvia a bola do alcance de Maninho que estava em posição privilegiada para rematar a baliza. Depois disso, o árbitro deu por terminada a primeira parte.
Maninho resolve
O Ferroviário de Maputo voltou diferente na etapa complementar mas seria o seu rival a inaugurar o marcador logo no segundo da segunda parte. Reinildo, depois de receber um passe de Nelito, passou por dois defesas contrários e cruzou para a grande área onde estava Maninho que aproveitou a apatia da defensiva da equipa de Vítor Pontes para inaugurar o marcador.
Em desvantagem, os locomotivas de Maputo lançaram-se ao ataque e volvidos cinco minutos, depois de sucessivas trocas de passes à entrada da área, Edimilson, do meio da rua, desferiu um portentoso remate e a bola passou por cima de travessão da baliza de Willard. Na resposta da turma de Chiveve, Reinildo teve tudo para fazer o segundo golo mais, isolado, perdeu tempo e com o tempo acabou ficando sem a bola.
O conjunto de Vítor Pontes continuava com a sua avalanche ofensiva, todavia, não conseguia desfeitear a defensiva contrária. Cinco minutos mais tarde, na sequencia de um livre a castigar uma falta de Mambucho sobre o recém – entrado Manucho, Andro rematou em arco mas a bola saiu a escassos centímetros do poste direito de Willard.
Aos 74 minutos, Carlitos com um passe teleguiado coloca a bola nos pés de Nelito que rodopeou sobre dois adversários e rematou ao lado da baliza de Leonel que, diga-se, estava completamente batido.
Descontente com o rumo dos acontecimentos, Vítor Pontes lançou Henriques e Tchitcho para os lugares de Andro e Belo. Dois minutos depois de ter entrado, Tchitcho, do meio da rua, rematou rasteiro e a bola saiu a escassos centímetros do poste direito da baliza de Willard.
Nos últimos dez minutos as duas equipas criaram oportunidades para marcar, mas o um a zero manteve-se até o final do templo regulamentar.
Sem mais incidências dignas de registo, o árbitro da partida deu por encerrada a partida e o Ferroviário da Beira conquistou a edição 2014 da Taça de Moçambique, por sinal pela segunda vez consecutiva. A equipa do Chiveve vai representar o país na Taça CAF.
Jogo Falado
No final da partida Vítor Pontes reconheceu a superioridade do seu rival no jogo “Jogamos diante duma grande equipa e com jogadores experientes, tentamos fazer o nosso jogo e infelizmente não conseguimos traduzir em golos as inúmeras oportunidades criadas. O nosso adversário foi superior e mereceu a vitória e nós fomos dignos vencidos”
Por seu turno Lucas Barrarijo, treinador dos locomotivas de Chiveve, disse “Foi uma grande partida de futebol, que as duas equipas se empenharam desde o primeiro ao último minuto, fomos mais felizes no capítulo da finalização e por isso vencemos. Agora é tempo de festejar e depois vamos preparar a próxima época onde um dos principais objectivos será revalidar este título, sem esquecer o Moçambola e ir o mais longe possível na Taça CAF".