Enquanto o Governo, através da ministra da Justiça, Benvinda Levy, considera que em Moçambique “os direitos humanos podem ser postos de lado para defender os interesses altos do Estado”, no seu novo single – Música de Intervenção Rápida (MIR), recém-publicado – o conceituado rapper moçambicano, Edson da Luz (Azagaia), mais do que rebelar-se contra esta posição e realidade, “agita” os moçambicanos para o exercício da cidadania. Para si, “nada pode ser muito mais alto do que a preservação dos direitos humanos”. Então, quem de forma contrária pensa, “está a dar tiros a si próprio”...
Na Música de Intervenção Rápida, logo, o músico e rapper Edson da Luz reage contra o facto de a Força de Intervenção Rápida (FIR) ter agredido os desmobilizados de guerra que iam fazer a manifestação – nas proximidades do Gabinete do Primeiro-Ministro, em Maputo, com o objectivo de reclamar o direito às suas pensões.
“Reagi contra um acontecimento que me desagradou. Agastou-me a reacção da Polícia, bem como o posicionamento dos órgãos governamentais a favor dessa prática. É que para o Governo não bastou o facto de a Polícia ter sido violenta. A ministra da Justiça – no seu posicionamento – legitimou essa violência. Isso chocou-me muito”, comenta o artista que acrescenta que “houve uma confirmação de que – fazendo a violência contra as pessoas – o Governo agiu da forma correcta, o que não é verdade, para dizer que das próximas vezes, se a situação se repetir, o Estado voltará a agir da mesma maneira. Então isso arrepiou-me”.
Num outro desenvolvimento, Edson da Luz explica que “se promoveram actos de violência que, mais adiante, foram defendidos”. Por esta razão, “eu penso que isso – num país que oficialmente defende os direitos humanos – não possui nenhum enquadramento”.
Há muitos aspectos que se levantam na música que – dizem respeito à posição da ministra da Justiça – não se entendem.
Na próxima semana, o @Verdade irá publicar uma entrevista que lhe foi concedida, em exclusivo, pelo artista.
Para já, assista ao vídeo:
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