Um agente da Polícia da República de Moçambique (PRM) atirou contra um minibus com a chapa de inscrição AEL 909 MP, de transporte semicolectivo de passageiros, o qual estourou um dos pneus e capotou com 20 ocupantes, dos quais 12 feridos, entre ligeiros e graves, na manhã de quarta-feira (22), na rota Nampula/vila sede do distrito de Namapa.
De acordo com testemunhas, um grupo de agentes da Lei e Ordem perseguiam o condutor da viatura em causa, alegadamente ilegal, depois de o mesmo ter desobedecido à ordem de parar para a fiscalização.
Consta ainda que o automobilista, que efectua viagens inter-distritais, faz parte do grupo de “chapeiros” que embarcam passageiros fora do terminal municipal na zona suburbana de Matava-Réx. Os operadores consideram que o local fica longe do centro da cidade, onde alegadamente há mais viajantes. Na terça-feira (21) houve confronto com as forças policiais devido a este problema, que supostamente se deve ao facto de os transportadores inter-provinciais estarem a estimular uma concorrência desleal.
A viatura ficou totalmente danificada. A PRM envolveu-se na perseguição no âmbito de uma colaboração multi-sectorial com as autoridades municipais. Todavia, mesmo apercebendo-se de que havia feridos em estado grave, os policiais ainda tiveram tempo para desferir fortes golpes contra o motorista do minibus e posteriormente evacuaram-no para o Hospital Central de Nampula, onde se encontra a beneficiar de tratamentos intensivos, na companhia de outros 11 passageiros.
Face a atitude, a resposta da população não tardou. Ela insurgiu-se e arremessou pedras e outros objectos contra os policias, sobretudo contra os estivam directamente envolvidos no sinistro. Para refrear a fúria da multidão foi preciso a Polícia de Trânsito (PT), encabeçada pelo respectivo chefe, António Raul, disparar para o ar.