A Organização dos Trabalhadores de Moçambique – Central Sindical (OTM-CS), constituída pelos sindicatos nacionais e organizações sócio profissionais nela filiados, mas que ao longo de décadas de existência não consegue sensibilizar o Governo e as empresas a fixarem um salário mínimo que cubra um cabaz capaz de satisfazer as necessidades alimentares de uma família de pelo menos cinco membros e que responda ao crescente custo de vida, considera que os aumentos recém-anunciados pelo Governo continuam abaixo da expectativa.
Em 2014, quando o salário mínimo mais elevado no país era de 7.241 meticais, face a um custo de vida com base no cabaz estimado em cerca de 8.769 meticais, a OTM-CS disse que nenhum destes valores cobria integralmente as despesas de um agregado familiar. A reclamação tem sido a mesma todos os anos, mas, na prática, depois de horas a fio de negociações com o Governo e os empregadores os aumentos continuam longe desse desiderato. E o tom de lamúrias soube quando se aproxima o 01 de Maio, Dia Internacional do Trabalhador.
A falta de conhecimentos sobre os direitos e deveres laborais, as injustiças nos sectores de trabalho, os baixos salários, são alguns problemas que apoquentam esta classe.
Alexandre Munguambe, secretário-geral daquele organismo, disse, na quinta-feira (23), na capital do país, no âmbito do lançamento da semana comemorativa à efeméride que os resultados alcançados nas conversações que visavam a fixação de um salário mínimo “justo” foram os possíveis e não desejáveis.
“Estamos cientes de que este é um grande desafio e o nosso compromisso é de continuarmos a lutar por dias melhores para os trabalhadores moçambicanos. Até porque para nós o desejável é aquele (valor) que pode cobrir o cabaz mínimo que sempre defendemos, que neste ano está avaliado em 8.500 meticais”, explicou Munguambe, que, porém, ao que tudo indica esqueceu que em 2014 disse que o cabaz estava estimado em cerca de 8.769 meticais.
Segundo ele, apela-se aos comités sindicais para negociarem com as entidades empregadoras a estipularem salários superiores aos mínimos que estão em vigor desde 01 de Abril corrente. Para tal, é preciso ter em conta o desempenho económico de cada empresa.
Para Munguambe o 1º de Maio serve para o movimento sindical reflectir sobre os seus feitos, sobre a condição social e económica do trabalhador, entre outros aspectos.