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Liberdade de imprensa cai ao nível mais baixo em 15 anos, segundo relatório

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A liberdade de imprensa no mundo caiu em 2014 ao seu nível mais baixo em 15 anos, afectada por um uso crescente de leis restritivas, pela violência física contra os jornalistas e pela pressão gerada pela propriedade estatal dos meios de comunicação. Em Moçambique a imprensa continua parcialmente livre com tendência a não melhorar, o nosso país caiu três pontos, obteve 45, e está na 90ª posição ao lado do Brasil.

"Apenas 14% dos habitantes do mundo, um em cada sete, vivem em países onde há uma imprensa livre", disse Jennifer Dunham, principal autora do relatório anual elaborado pela organização Freedom House, em conferência de imprensa realizada em Washington.

Dos 199 países estudados pela organização, 63 foram qualificados como "livres" para os meios de comunicação (32%), enquanto 65 países foram considerados "não livres" (32%) e outros 71 são "parcialmente livres" (36%).

A nota média da liberdade de imprensa ao nível global é de 48,5, o seu nível mais baixo desde 1999, e o declive fez-se sentir em todas as regiões do mundo, exceto na África Subsaariana, que melhorou ligeiramente, segundo a Freedom House, que elabora esse estudo desde 1980.

A Grécia é o país onde a liberdade de imprensa mais se deteriorou entre 2010 e 2014, com 21 pontos a menos numa escala de cem, segundo o relatório, que outorga a cada nação uma pontuação sobre a base que 0 é o máximo de liberdade e 100 o mínimo.

"Quando a crise económica abateu a Grécia, os seus problemas estruturais exacerbaram-se e aumentaram as pressões políticas sobre os meios e os casos legais contra jornalistas", resumiu Dunham.

Em 2014, os países do mundo onde mais decaiu a liberdade de imprensa foram Líbia e Tailândia, com uma pontuação de 73 e 75, respectivamente; seguidos do Sudão do Sul (68), Egipto (73), Grécia (51), Hong Kong (41) e Honduras (41); e também diminuiu com força considerável no Peru (47) e na Venezuela (81).

Nos Estados Unidos, o índice de liberdade de imprensa desceu um ponto, até 22, algo que a Freedom House atribui a "detenções, assédio e duro tratamento aos jornalistas por parte da polícia" durante os protestos de Agosto em Ferguson (Missouri).

Uma das principais razões do declive global, segundo a Freedom House, é "a aprovação em vários países de leis de segurança ou segredo oficial que estabelecem novos limites à liberdade de expressão", entre eles a Tailândia, Turquia e Rússia; além das detenções de jornalistas no Azerbaijão, Egipto e Etiópia.

Outros factores são o crescente número de áreas inacessíveis para os jornalistas, como as controladas pelo Estado Islâmico (EI) na Síria e no Iraque, e as ameaças e violência contra jornalistas, como as registadas no México e parte da América Central. A isso soma-se a concentração de meios de comunicação em poder do Estado na Rússia e na Venezuela, e um uso da propaganda "mais agressivo" na Rússia e na China para intimidar os jornalistas independentes.

Noruega e Suécia são os países com mais liberdade de imprensa no mundo (10 pontos cada), enquanto as piores pontuações são da Coreia do Norte (97), Uzbequistão (95), Turcomenistão (95), Eritréia (94), Crimeia (94), Bielorrússia (93), Cuba (91), Síria (90) e Irão (90). Fundada em 1941, a Freedom House é uma ONG com sede em Washington que faz estudos sobre democracia, liberdade política e direitos humanos.


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