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Educação procura 58 milhões de dólares para a construção de 38 mil salas de aula

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O Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) necessita de pelo menos 58 milhões de dólares norte-americanos para a construção de 38 mil salas com vista a acabar com as aulas ao relento ou debaixo das árvores em diversas zonas de Moçambique e pretende reduzir o número de alunos por turma, dos actuais mais de 60 por docente, para 35 a 40 instruendos.

No país, pelo menos pouco mais de 30 mil turmas são leccionadas ao relento devido à destruição de cerca de 2.000 salas pelas cheias que afectaram o país, particularmente no centro e norte, entre Outubro de 2014 e Março de 2015.

Refira-se que Moçambique dispõe de 13 mil escolas primárias, das quais cerca de 5.700 precisam de reabilitação, e 60 mil salas de aulas, e cerca de 28 mil (46%) eram precárias, isto é, de pau-a-pique ou maticadas.

No ano passado, indicava-se que pelo menos 550 mil alunos estudavam ao ar livre, ou debaixo das árvores ou simplesmente sentadas no chão, em salas de aula sem carteiras. Para ultrapassar este último problema, o MINEDH iniciou há poucos meses uma campanha de alocação de carteiras em alguns estabelecimentos de ensino.

Jorge Ferrão, ministro da Educação e Desenvolvimento Humano disse que nos próximos dias a sua instituição vai pedir apoio financeiro aos seus parceiros para erguer tais infra-estruturas.

O governante voltou a realçar a necessidade de se capacitar professores para que estejam devidamente preparados para assegurar a literacia nos estudantes, bem como a possibilidade de se rever a lei do Sistema Nacional de Educação.

Ferrão fez estas declarações durante a oferta de 80 carteiras à Escola Primária do 1º Grau Machava “J”, no município da Matola. De acordo com a directora daquele estabelecimento de ensino, Joana Macuácua, a iniciativa é louvável, mas queixa-se do facto de a escola ter poucas salas de aula e falta de um muro vedação.

Por seu turno, Aglérdio Bambo, de 10 anos de idade, aluno da 5ª classe e representante dos aprendizes, pediu ao Governo para que vede o recinto daquele estabelecimento de ensino, reabilite-o e apetreche os seus compartimentos.

“Um velho ditado diz que uma criança que não chora não mama; por isso, continuamos a chorar, pedindo mais salas de aula, pois 223 meninos estudam ao ar livre. Nos dias de mau tempo como a chuva ou ventania, somos obrigados a juntar-nos a outras turmas”, o que torna “a assimilação da matéria difícil”, concluiu o petiz.


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