O governo de Moçambique decidiu emitir nesta terça-feira(26) uma proibição à movimentação de gado nos distritos de Magude e Massingir nas províncias de Maputo e Gaza respectivamente, sul do país, na sequência da ocorrência da febre aftosa.
A decisão foi anunciada no termo da 16ª Sessão Ordinária do Conselho de Ministros, havida em Maputo que, dentre várias matérias, se debruçou sobre a ameaça da doença que volta a eclodir no país depois de um período de cerca de dois anos sem registo de nenhum surto.
Trata-se de uma doença altamente contagiosa, que afecta exclusivamente os ruminantes e suínos, mas também a fauna bravia e é caracterizada pelo surgimento de vesículas (bolhas) na boca dos animais, assim como erupções na mucosa e nos cascos.
O porta-voz do Conselho de Ministros, Mouzinho Saíde, disse, na ocasião, que as espécies selvagens constituem um forte vector de transmissão da doença, “por isso ?aproveitamos a oportunidade para proibir a movimentação de gado nas zonas afectadas”?.
No pacote de medidas destinadas a conter o surto, está o isolamento dos animais infectados ou que com eles estiveram em contacto, a consciencialização da população sobre os perigos da doença, vacinação do gado, bem como o reforço da vigilância epidemiológica e controlo, em todo o país, do movimento animal.
População de elefantes reduziu quase para metade
O executivo apreciou também o censo de elefantes, realizado em 2014, que indica que nos últimos cinco anos a população deste paquidermes reduziu em 48 por cento.
Segundo o ministro da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, é prioridade do executivo assegurar que, nos próximos dois anos, haja uma inversão da tendência e, também, garantir que as áreas de conservação desempenhem o seu papel principal, de promover o desenvolvimento das comunidades.
“O desenvolvimento deve ser promovido através da criação de emprego e a participação na agenda nacional de consolidação da paz e segurança, visto que a caça furtiva, promovida pelo crime organizado, contraria a intenção de garantir um território seguro” afirmou o Ministro Celso Correia que acrescentou existir uma iniciativa conjunta entre o pelouro por ele dirigido e a Polícia da República de Moçambique, junto das áreas de conservação para estancar a caça furtiva.
Programa de Mecanização Agrária
Ainda na sessão do Conselho de Ministro desta terça-feira o Governo apreciou a informação sobre o Programa Nacional de Mecanização Agrária, instrumento que, segundo o porta-voz da sessão, Mouzinho Saíde, visa operacionalizar o Plano Estratégico de Desenvolvimento do Sector Agrário (PEDSA).
Saíde explicou que o Plano de Mecanização Agrária “prevê a disponibilidade e alocação dos centros de serviços, produtores agrários, maquinaria diversa e equipamento para as várias áreas de intervenção agrícola, que incluem nivelamento, sementeira, rega e colheita, no âmbito do programa para aumento da produção alimentar”.
“Para o efeito, far-se-á uma capacitação e treino dos operadores do equipamento, bem como dos técnicos para área de manutenção e também a disponibilização dos assessórios para a manutenção do equipamento. ?Com este programa espera-se que haja mais complementaridade e competitividade nos programas e iniciativas, na área agrária, e, também, que haja transferência de tecnologias agrárias para a expansão das áreas de produção, maior produção de alimentos que poderá levar a preços mais competitivos, garantindo, assim, mais segurança alimentar e nutricional”?, explicou o porta-voz.
Ainda ao abrigo programa de mecanização agrária, está prevista a instalação de 47 centros de serviços, em todo o país. Entre outras matérias o Governo, na 16ª sessão do Ordinária do Conselho de Ministros, atribuiu nota positiva tanto aos níveis de execução orçamental em 2014 quanto aos resultados alcançados nesse exercício financeiro.
A constatação resulta da análise e apreciação da Conta Geral do Estado que o executivo vai apresentar, oportunamente, a Assembleia da República onde deverá ser aprovado pela bancada do partido do Governo, a Frelimo.