Pelo menos 16 mil moçambicanos que residem na República Unida da Tanzânia, há anos, sem documentação completa para a sua permanência naquele país e que não regressam a Moçambique para regularizar a situação por falta de recursos financeiros vão deixar de ser “ilegais”. Uma equipa do nosso Governo descola-se àquele país, nesta quarta-feira (27), para tratar do assunto.
As autoridades não assumem, mas o número de compatriotas que vivem sem documentos na Tanzânia ascende aos 16 mil. O Executivo moçambicano espera regularizar o problema dos cidadãos já identificados em menos de um mês.
Joaquim Bule, assessor do Ministro do Interior (MINT), nega que os cidadãos sem documentos naquele país estejam em situação ilegal. Segundo ele, os 16 mil moçambicanos em questão estão registados no Alto Comissariado da República de Moçambique na Tanzânia, que partilha uma fronteira com Moçambique no extremo norte. Desse grupo, apenas 150 encontram-se a frequentar cursos em instituições do ensino superior, pese embora não tenham todos os documentos regularizados.
Neste sentido, uma equipa dos ministérios do Interior e da Justiça seguem viagem para aquele Estado com o objectivo de proceder ao registo de todos os compatriotas. Para Joaquim Bule, a iniciativa surge em resposta à preocupação apresentada pela comunidade moçambicana ao Presidente da República, Filipe Nyusi, durante a sua primeira visita oficial – desde que tomou posse – feita semana passada.
O objectivo da missão, de acordo com o assessor, é lavrar certidões de nascimento, atribuir cédulas de nascimentos, bilhetes de identidade e passaportes. A medida visa ainda assegurar a estabilidade da sua ligação ao Estado moçambicano.