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Polícia de trânsito abocanha 270 mil meticais

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Um agente da Polícia de Trânsito, afecto a uma das unidades da corporação na cidade do Maputo, identificado pelo nome de Jorgito Goncalves Intzua, é indiciado de ter usurpado 270 mil meticais de um operador do ramo de construção civil em Nampula. A denúncia foi feita ao @Verdade pelo próprio lesado, Sérgio David Januário, que em 30 de Marco passado submeteu uma queixa ao Comando Geral da PRM.

Sérgio Januário, proprietário da empresa Sérgio Construções, com representações nas províncias de Nampula, Niassa e Cabo-Delgado viu-se traído pela força da amizade em Outubro de 2014 quando, depois de vários contactos com o suposto burlador, no qual diz ter manifestado confiança, depositou na sua conta bancária a quantia de 270 mil meticais, correspondentes a 77 porcento do valor da compra de uma viatura.

De acordo com o nosso interlocutor, antes do desembolso do valor em causa, Sérgio Januário teria recebido do seu compatriota, através do wattsApp (rede social) fotografias de uma viatura de marca NISSAN Hardbody, de cabina dupla, que alegadamente estava a ser vendida por um cidadão, cujo nome não foi revelado, residente algures na capital do país.

Entretanto, tal facto não passou de uma armadilha, porque o indiciado nunca mais honrou o compromisso de adquirir aquele ou qualquer transporte, conforme tinha sido acordado.

“Ele disse que o carro estava a ser vendido a um preço aliciante. E porque necessitava de transporte, devido à exigência do meu serviço, não pensei duas vezes, O meu espanto deu-se quando efectuei os primeiros depósitos, e ele começou a virar do discurso, alegando vários motivos”.

Frustradas todas as negociações por via telefónica, Sérgio David Januário deslocou-se nos princípios deste ano a Maputo para viver o problema de perto, porque o seu companheiro alterava sempre o que dizia em cada dia que passasse. Qual foi o seu espanto quando, no lugar de receber a viatura prometida, o denunciante deparou com uma sucata e aparentemente em situação ilegal.

“Para além do seu deficitário estado mecânico, a viatura dispunha de dois livretes e igual número de títulos de propriedade, o que me deixou receoso a ponto de recusar. Ele disse que iria accionar mecanismos no sentido de reembolsar o dinheiro, num prazo de 15 dias, o que não está a acontecer”, disse o nosso entrevistado, visivelmente preocupado.

Aliás, sempre que tenta efectuar uma chamada telefónica ao seu devedor, o visado é confrontado com ameaças e injúrias do “tamanho do mundo”, facto que o leva a deduzir que se trata de burla.

PRM impávida e serena

Na perspectiva de ver o seu problema resolvido, mediante a intervenção das autoridades policiais, Sérgio submeteu, em 30 de Março, uma carta/denúncia ao Comando Geral da Polícia da República de Moçambique. Entretanto, volvidos mais de 60 dias, ninguém se preocupou com o assunto e o queixoso continua constrangido e sem a esperança de um dia voltar a contar com os 270 mil meticais.

Do Comando Provincial de Nampula, o @verdade quis saber dos contactos da sede, mas tal não foi possível, por motivos de natureza burocrática.

Indiciado reage de forma evasiva

Contactado telefonicamente pela nossa Reportagem, Jorgito Goncalves Intzua começou por nos ameaçar, alegando que iria mover um processo judicial, caso o jornal publicasse algo relacionado com esta matéria. Disse que não reconhecia a burla, mas confirmou que o referido construtor era seu conhecido, através de um tal Jabro, seu colega de trabalho.

No meio destas acusações e desmentidos, uma pergunta fica no ar. De quem caberá a responsabilidade de apurar a veracidade dos factos ou de persuasão ao indiciado a reembolsar o valor, a ser provada a alegada burla?


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