O Presidente da República, Filipe Nyusi, que cumpre mais uma Presidência Aberta em Nampula, declarou tolerância zero à tentativa de divisão de Moçambique por meio da implementação do projecto das autarquias provinciais pelo Renano nas regiões onde este partido armado reclama vitória nas últimas eleições gerais, e respondeu que “mesmo que tenham seguidores, os que pretendem dividir o país não têm projectos de desenvolvimento que possam responder aos anseios do povo”.
O Comandante em Chefe das Forças Armadas de Defesa de Moçambique fez estes pronunciamentos visando o maior partido da oposição na última sexta-feira (05) em Nacala-a-Velha.
Segundo ele, sem recurso à “musculatura”, o seu Governo não vai permitir a divisão do país nem a tomada do poder à força nas províncias onde a Renamo e o seu líder reclamam ter ganho as eleições de Outubro do ano passado, as quais até na óptica do Conselho Constitucional (CC) e de diversas organizações da sociedade civil foram manchadas por irregularidades.
Filipe Nyusi referiu que o suposto projecto de criação de províncias autónomas nas regiões centro e norte, chumbado pela Frelimo na Assembleia da República (AR), onde chegou como resultado dos encontros entre o Chefe de Estado e Afonso Dhlakama, é apenas para satisfazer as apetências de um determinado grupo que não consegue chegar ao poder pela via democrática.
“Mesmo que tenham seguidores, os que pretendem dividir o país não têm projectos de desenvolvimento que possam responder aos anseios do povo”, sublinhou Nyusi, tendo acrescentado que os pronunciamentos do líder da maior formação política de oposição em Moçambique constituem uma ameaça à Nação e à província de Nampula, em particular, onde Dhlakama vive, porque pode retrair os investimentos que aquele ponto do país tem vindo a registar nos últimos tempos.
A 17 dias para a celebração dos 40 anos de independência de Moçambique, Nyusi disse ainda que ninguém deseja o retorno à guerra, porque durante os 16 anos de conflito armado muita gente perdeu famílias, houve destruição de inúmeras infra-estruturas e o país retrocedeu no que tange ao desenvolvimento. “A guerra não escolhe ninguém e, mesmo que tenham seguidores, o povo quer a paz”.
Entretanto, o Presidente da “Pérola do Índico” mostrou a sua disponibilidade para se sentar com o líder da Renamo a fim de se encontrar uma saída para os problemas que opõem o Governo e este antigo movimento beligerante. Ele condenou a postura de Dhlakama, sobretudo nos comícios que orienta. Na sua opinião, o “Pai da Democracia” envereda por discursos de ameaças à estabilidade do país e pela incitação à violência.
De referir que as declarações do Presidente da República acontecem numa altura em que a Renamo se reúne esta semana, na cidade da Beira, em Conselho Nacional, para tomar o que considera “decisões muito importantes sobre o futuro do país”.