O diálogo político entre o Governo e a Renamo, que já vai na 111ª ronda, entrou no quarto ponto da agenda, sobre as questões económicas mas a discutiu de segunda-feira (13) não teve avanços de relevo. O Executivo acusou a sua contra-parte de ter perpetrado pelo menos dois ataques em Tsangano, província de Tete, e de raptar e agredir um líder tradicional, que responde pelo nome de José Paulo, em Sofala.
Segundo José Pacheco, chefe da delegação do Governo, que acusa o maior partido da oposição em Moçambique de infringir o acordo de cessação das hostilidades militares, a 03 de Julho corrente, esta formação política “atacou uma unidade policial no distrito de Tsangano, província de Tete”, e a 04 do mesmo mês, por volta das 13h00, “voltou a atacar uma viatura que transportava agentes da Lei e Ordem, numa clara evidência de que ela não está disposta a se desmilitarizar".
Em Sofala, o antigo movimento beligerante raptou e agrediu fisicamente um chefe tradicional identificado pelo nome de José Paulo, supostamente por mobilizar a população para participar em actividades de divulgação do Programa Quinquenal e Plano Económico Social do Governo, alegou Pacheco, à Imprensa.
Por sua vez, Saimone Macuiana, chefe da delegação da Renamo, não desmentiu nem aceitou as acusações que pesam sobre o seu partido. "É verdade que o Governo possa ter trazido essa matéria de forma oral, mas a delegação da Renamo exigiu que o Governo trouxesse, nas próximas rondas, por escrito para poder perceber o que está a acontecer", quando dispor de elementos para o efeito.
Na discussão sobre as questões económicas, as duas delegações ainda não se entenderam. De acordo com Pacheco, a Renamo ficou por apresentar os detalhes das suas ideias em torno da distribuição dos recursos naturais em Moçambique.
A “Perdiz” defende, resumidamente, a criação de condições com vista a que os recursos do país beneficiem todos os moçambicanos, disse Macuiana.