Um incêndio, supostamente causado por um curto-circuito, consumiu por completo uma residência construída com base em material precário e deixou uma família constituída por quatro membros ao relento, na manhã de quinta-feira (10), no bairro de Malhampsene, no município da Matola, província de Maputo.
Marta Magaia, de 32 anos de idade, vivia como inquilina na habitação reduzida a cinzas. Ela perdeu tudo, desde os documentos pessoais de todos os elementos da família e roupa, passando pelo dinheiro que estava guardado algures dentro do domicílio, ao material escolar do filho mais velho – que ingressou na escola este ano pela primeira vez – e produtos alimentares.
Segundo as suas declarações ao @Verdade, a jovem dirigiu-se ao mercado para efectuar compras e, meia hora depois, recebeu uma chamada telefónica de uma vizinha, que lhe recomendou que ela regressasse de imediato porque a sua residência estava em chamas de difícil extinção.
A nossa interlocutora narrou, também, que antes de se dirigir ao mercado sofreu um choque eléctrico leve quando tentava ligar uma extensão numa tomada. Na altura, ela descobriu que um dos cabos não estava devidamente isolado mas não deu importância ao facto.
Marta contou que tentou novamente conectar a extensão à tomada e conseguiu-o. Em seguida, ela ligou uma chaleira eléctrica, automática, para aquecer água para os filhos e saiu em direcção ao mercado, na companhia dos seus dois petizes, um de dois anos de idade e outro de seis anos de idade. A senhora não sabe o que ficou a acontecer, mas, porque ninguém estava na casa, acredita que houve um curto-circuito.
“Reconheço que os fios apresentavam algum problema mas não tive alternativa senão forçar a ligação da extensão à tomada. Eu não esperava que isso fosse causar estragos, porque havia bastante tempo que não registava problemas desta natureza (...)”, explicou a vítima.
Apesar de ter de recomeçar a vida, a jovem disse que está aliviada porque não houve vítimas humanas por causa desta desgraça e nem quer imaginar o que seria dela se tivesse ido ao mercado sem os filhos.
Marta e os menores encontram-se neste momento alojados numa casa dos parentes do marido. De acordo com ela, o corpo de salvação pública foi chamada para debelar o fogo mas, infelizmente, não se fez ao local. Os vizinhos, que deram o seu máximo evitar o pior, não puderam fazer grande coisa devido à intensidade das chamas.
Para além desta tragédia, uma outra residência erguida com base em madeira e zinco foi destruída por fogo provocado por petizes, no bairro do Aeroporto “B”, na capital moçambicana. Com recurso a um fósforo, as crianças com idades compreendidas entre nove e 12 anos, queimaram um colchão num dos quartos e puseram-se em fuga.
Felizmente, ninguém estava na casa no momento da tragédia.