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População de Macanga acusa administrador de vários “crimes”

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A população do distrito de Macanga, Centro de Moçambique, aproveitou a presença do governador de Tete para exigir a demissão do seu administrador distrital, acusando-o de vários “crimes” e, até, de tráfico de órgãos humanos.

Durante diversos comícios realizados naquele distrito, populares queixaram-se ao governador da província de Tete, Ratxide Gogo, acusando Alexandre Faíte, administrador de Macanga, de distribuir dinheiro do fundo de desenvolvimento distrital a “seus familiares e também a malauianos que acabam fugindo do país”.

O administrador foi ainda acusado de envolvimento “no negócio de tráfico de órgãos humanos”, por, alegadamente, soltar suspeitos na morte de pessoas.

“Este administrador não serve para nos dirigir, porque não tem um comportamento de um pai. Enquanto nós estamos a morrer diariamente e, mesmo ele ouvindo e vendo, apenas fica preocupado em andar nas localidades a visitar as suas mulheres”, queixou-se Luciano Mulediue, residente da sede daquele distrito, ruidosamente aplaudido pelos presentes no comício e secundado por outros habitantes da zona.

Numa reacção às acusações, entre as quais a de “falsidade” da Frelimo, partido no poder, Ratxide Gogo apelou à população para não confundir as promessas de uma pessoa com as do partido. Alguns populares que intervieram no comício pediram a retirada do administrador de Macanga “com carácter de urgência”, pedido sublinhado por algumas intervenções solicitando que o governador Gogo “o leve agora mesmo”.

Governador reage

“Hoje, vim aqui para me reunir convosco e saber como estão a viver e vocês apontaram os vossos problemas, já anotei e vou conversar com o administrador e trazer soluções”, prometeu o governador, nomeado pelo Presidente da República.

Alexandre Faíte negou todas as acusações, justificando que a desconfiança da população no tráfico de órgãos deve-se ao facto de um dos detidos envolvidos nesta situação ser seu cunhado. E acusou alguns dos seus críticos de não quererem reembolsar verbas que pediram ao abrigo do FDD – Fundo de Desenvolvimento Distrital (vulgarmente conhecido por “sete milhões”).

“Estamos a financiar a população com o FDD, e recebemos muitos pedidos nos anos transactos e são estes os projectos que agora estamos a financiar. A população sempre reclama, mas estão a receber”, disse Faíte.


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