O posto administrativo de Anchilo, no distrito de Nampula-Rapale, é palco, entre segunda (19) e quinta-feira (22), do 3º Encontro dito Nacional da Juventude moçambicana. O @Verdade esteve presente na cerimónia de abertura do evento, tendo constatado que, contrariamente às informações oficiais, segundo as quais no encontro participam representantes de todos jovens moçambicanos, de diferentes quadrantes políticos e de pensamento, a maior parte dos jovens presentes são simpatizantes da Organização da Juventude Moçambicana (OJM), braço direito do partido Frelimo, facto que rebate a ideia de que as decisões que saírem do encontro reflictam os problemas enfrentados por todos os jovens de Moçambique.
Ângelo Victorino Murasua é natural do distrito de Namacurra, na província da Zambézia. Está no encontro através da OJM, por ser, simultaneamente, membro do Conselho Distrital da Juventude. Antónia de Castro é natural do distrito de Chimbonila, na província do Niassa. Também, ingressou no Conselho Distrital da Juventude através da OJM.
Duvida-se que estes e outros cidadãos que participam no Terceiro Encontro Nacional da Juventude, discutam abertamente aos problemas que lhes apoquentam por causas das suas “afinidades” políticas, apesar de afirmaram que pretendem discutir com frontalidade as dificuldades por que passam com vista a encontrar as respectivas soluções.
Antónia de Castro disse que os jovens da sua província estão preocupados com a elevada taxa de desemprego, com a falta de habitação e oportunidades de acesso ao crédito para financiamento de actividades de geração de rendimento.
Carlito Chumbo, natural do distrito de Moatize, na província de Tete, é secretário executivo do Conselho Distrital da Juventude, onde ingressou como membro da Associação Juvenil Kvuma, que traduzido em Nhúngue significa aceitar trabalhar na condição de voluntário. A sua expectativa sobre o encontro é ver cumprido, em 90 porcento, as actividades que constam da Declaração de Cheringoma, um documento que abarca as preocupações dos jovens e que resultou do segundo encontro nacional da juventude realizado na província de Sofala.
No seu discurso, o presidente do CNJ, Osvaldo Petersburgo, limitou-se ao enaltecimento dos feitos do Chefe do Estado, Armando Guebuza, ao invés de falar os problemas que apoquentam aos membros da organização que dirige.
Num outro diapasão, Osvaldo Petersburgo destacou a criação do Gabinete da Juventude Parlamentar, a aprovação da Lei e Regulamento do Voluntariado, da revisão da Política e Estratégia da Juventude, da disponibilização de talhões para jovens de algumas províncias, dos “sete milhões”, da implementação do Pro-jovem, do Fundo de Apoio das Iniciativas Juvenis (FAIJ), da aprovação do Regulamento de Estágios Pré-profissionalizantes e da criação do Serviço Cívico como sendo resultados das discussões dos últimos dois encontros.
Petersburgo disse ainda que está preocupado com o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e estupefacientes pelos jovens, com o índice elevado de infecções pelo HIV/SIDA e com a criminalidade. Não falou da falta de habitação condigna, do desemprego, da dificuldade de acesso ao ensino superior, entre outros problemas.
Presidente Guebuza abriu o Encontro
Falando na abertura do Encontro, o Presidente da República, Armando Guebuza, disse, dentre outros aspectos, que a igualdade entre os moçambicanos significa que ninguém é superior que o outro, a juventude deve ser capaz de discutir os seus problemas e por si buscar as respectivas soluções, sendo que o apoio de terceiros deve ser um factor complementar.
Falando para os presentes, que apelidou de representantes de diferentes sensibilidades políticas e sociais do país, Guebuza renovou o seu apelo para a promoção de valores sociais, da unidade nacional, paz e da solidariedade.