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A violência nas escolas persiste por falta de medidas punitivas

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Alguns professores dos estabelecimentos públicos e privados, de todos os níveis de ensino em Moçambique, ainda protagonizam a violência física, psicológica e sexual nos seus locais de trabalho porque o Sistema Nacional de Educação (SNE) enferma de falta de políticas punitivas funcionais contra este mal, de acordo com o docente universitário Francisco Januário.

O pedagogo da Faculdade de Educação na Universidade Eduardo Mondlane (UEM) falava ao @Verdade a propósito dos assédios, violações sexuais e agressões físicas, por exemplo, que têm sido reportadas nas escolas sem que os malfeitores sejam punidos por isso.

Francisco Januário disse que está preocupado com a atitude de vários professores que se aproveitam da sua função de docência para alcançar objectivos e vantagens tais como dominação, prazer sexual, venda de notas para a passagem de classe, dentre outros proveitos que minar a qualidade da educação no país e criam traumas nas vítimas.

Para Francisco Januário, há que acabar com o oportunismo e a impunidade em casos de qualquer tipo de violência nas escolas, porém, para o efeito é preciso aplicar medidas punitivas e severas não paliativas contra esses docentes que, arbitrariamente, nalguns casos inventam regras próprias de conduta nas escolas e “ignoram” as normas previstas pelas autoridades.

“Dar bofetadas no aluno, batê-lo usando objectos, puxar os cabelos, forçar uma criança a permanecer numa posição não confortável ou no frio durante algum tempo ou ainda colocar uma criança num lugar fechado cria nela sentimento de raiva, vergonha e humilhação e prejudicam o senso de dignidade e auto-confiança”, disse Francisco Januário.

Um estudante imposto nessas condições, na opinião de Francisco Januário, fica tímido e com fraco desempenho acadêmico. Ele defende que correção dos erros cometido pelos alunos no processo de ensino deve ser proporcional à medida da infracção e nunca colocar em causa o respeito da dignidade humana.


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