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Acidentes de viação mataram mais de 600 pessoas num semestre em Moçambique

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Pelo menos 647 pessoas perderam a vida, 770 contraíram ferimentos graves e outras 827 tiveram traumas ligeiras em consequência de 853 acidentes de viação registados entre Janeiro e Junho do ano em curso, em diferentes estradas no território moçambicano.

Os dados são os que foram divulgados pela Polícia nos seus briefings semanais à Imprensa, mas o número de óbitos e de gente traumatizada pode ser superior ao que nos referimos, uma vez que em algumas semanas as autoridades não falaram à comunicação social por diversas razões. No geral, ocorriam, por semana, uma média de 30 cidadãos.

Dos 647 acidentes, o mês de Junho foi o que mais casos registou, com 195 e Maio com apenas 109. Em relação aos óbitos, pelo menos 143 indivíduos morreram no mês de Março e em Fevereiro foram 64 cidadãos. Dos óbitos fazem parte as vítimas de atropelamento, das quais constam crianças e idosos.

Dos 853 acidentes de viação, houve 12 casos em que automobilistas que atropelaram pessoas e puseram-se em fuga. Nunca mais de soube do desfecho das diligências que a Policia da República de Moçambique (PRM) indicou estar a efectuar, na altura, para neutralizar os autores de tais actos e levá-los à barra do tribunal.

As causas e as tipicidades destes sinistros rodoviários foram o excesso de velocidade aliado à condução sob o efeito do álcool, as ultrapassagens irregulares, as manobras perigosas, os embates entre veículos e/ou contra obstáculos, os despiste e capotamento, as deficiências mecânicas e o repouso insuficiente dos condutores de longo curso.

Uma análise feita à informação que foi disponibilizada pelos agentes da Lei e Ordem, os sinistros ocorreram, na sua maioria, em vários troços das estradas nacionais número um (EN1) e quatro (EN4), das Avenidas Eduardo Mondlane, 19 de Outubro, Joaquim Chissano, entre outras rodovias, sobretudo à noite e de madrugada. Os indivíduos (jovens) do sexo masculino lideram a lista de casos.

Quase na última semana de Junho, o país registou 30 óbitos, igual número de feridos graves e 21 ligeiros, segundo Pedro Cossa, porta-voz do Comando-Geral da PRM, que lamenta o facto de alguns automobilistas continuarem a conduzirem embriagados por suposta irresponsabilidade, para além de que transformam algumas estradas em pistas de corridas, principalmente durante o fim-de-semana.

“Infelizmente há condutores que pautam pela indisciplina nas nossas estradas, outros o fazem alegando estarem atrasado” nos locais para onde se dirigem. “Há que realçar, nenhum motivo justifica a infracção do Código da Estrada”.

Por sua vez, David Cumbane, porta-voz do Serviço Nacional de Salvação Pública (SENSAP), não avançou números mas afirmou que existem casos em que os bombeiros são solicitados para socorrer as vítimas de acidentes de viação. E, infelizmente, prevalecem os condutores que se fazem ao volante embriagados e, por conseguinte, ceifam suas vidas e das pessoas que se fazem transportar nas suas viaturas ou que se encontram nos troços onde acontecem os acidentes.


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