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Dois homens morrem vítimas de explosão de obus e uma mulher fica gravemente ferida em Manica

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Dois cidadãos perderam a vida e uma mulher contraiu ferimentos graves em consequência do rebentamento de um obus do tipo morteiro achado numa machamba, a 15 de Outubro corrente, no posto administrativo de Chiuraira, no distrito de Mossurize, província de Manica.

As vítimas, com idades compreendidas entre 30 e 40 anos de idade, transportaram o engenho do campo de produção agrícola para a residência de um deles, onde, na tentativa de retirarem o mercúrio, morreram em virtude da explosão do projéctil em alusão.

“Os dois homens perderam a vida e a mulher ficou gravemente ferida”, disse Inácio Dina, porta-voz do Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), num briefing com a Imprensa, na terça-feira (20), durante o qual falou da situação criminal no país, de 10 a 16 de Outubro em curso.

O episódio, que não é isolado, acontece depois de Moçambique ter sido declarado oficialmente o primeiro país livre das minas antipessoais, a 17 de Setembro passado, tendo a operação durando 22 anos. Entretanto, o processo que fez com que várias terras fossem desminadas para fins tais como a produção agrícola, parece não ter sido cabal, na medida em que, para além de algumas machambas minadas, prevalecem casas nessas condições de perigo.

Neste contexto, Inácio Dina contou que por volta das 06h00 de 12 de Outubro, no bairro 7 de Abril, no distrito de Muanza, em Sofala, um cidadão que se encontrava numa residência a efectuar limpeza a mando do proprietário da casa achou 1.228 munições de uma arma de fogo do tipo AK-47, em bom estado de conservação e utilização. Com este facto, o agente da Lei e Ordem demonstra que ainda há artefactos soterrados em certas zonas do país.

Questionado sobre o que representa esta situação tendo em conta que Moçambique já foi declarado livre de minas antipessoais, Dina explicou que no país há diversos tipos de engenhos explosivos; por isso, “não podemos entrar em detalhes” sobre o assunto, na medida em que é pouco conhecido o contexto em que tal declaração aconteceu.

Todavia, “continua a haver perigo iminente” em algumas regiões do país. “Temos vindo a receber informações dos cidadãos dando conta de que nos seus quintais e nas suas machambas”, durante o processo de limpeza, “acham engenhos cuja localização exacta é bastante difícil” em resultado de algumas pessoas que os depositaram não estarem vivas ou não possuírem capacidade de identificar os lugares em perigo, explicou o porta-voz da Polícia.

Dina apelou às comunidades para que “não fiquem relaxadas” em relação à possibilidade de não encontrar engenhos enterrados em algumas zonas do território nacional, em particular nas suas habitações e campos de produção agrícola.

Ele pediu ainda à população para que não se engane com a falsa informação de que determinados obuses contêm mercúrio cuja venda pode ser um meio de obtenção de renda. Em caso de se achar algum engenho explosivo é necessário que não se toque nele, devendo-se contactar imediatamente a Polícia, que dispõe de uma unidade especializada para lidar com esses casos, sobretudo para a sua remoção e desactivação.


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