O desenvolvimento de um conjunto de acções apropriadas para o crescimento das Pequenas e Médias Empresas (PME), capazes de apoiar o crescimento com base nas exportações, requer uma combinação entre o investimento do sector privado e a transferência de competências.
Esta constatação foi feita pela administradora executiva para a região africana do Grupo Standard Bank, Sola David-Bhora, ao se debruçar sobre a importância de apoiar as PME e melhorar o acesso ao financiamento.
“As PME constituem a força motriz para a criação de postos de emprego e para o desenvolvimento económico local. Elas fornecem a maior parte dos bens e serviços essenciais para as comunidades”, segundo sustentou.
O financiamento para as PME, conforme realçou Sola David-Bhora, constitui um desafio para muitas instituições financeiras, devido à falta de informação que torna o acesso e a provisão de serviços a este sector difícil e oneroso.
A administradora executiva para a região africana do Grupo Standard Bank ressalvou que a esperança ainda não está perdida, neste contexto, pois existem formas para contornar a situação, uma vez que a tecnologia permite o estabelecimento de meios de financiamento, como por exemplo, os novos modelos de negócio baseados em análises de dados avançados, o financiamento da cadeia de fornecimento e comércio electrónico e outras inovações, que podem oferecer soluções.
“A introdução de fontes não tradicionais de capital de longo prazo e a capacitação dos financiadores das PME são apenas algumas das formas através das quais se pode garantir o financiamento”, frisou.
Prosseguindo, Sola David-Bhora referiu que os bancos desempenham um papel directo e prático na realização do potencial das PME para o crescimento inclusivo, especialmente para os jovens, fornecendo plataformas que habilitem as PME a aceder ao capital, gerir transações e negociar, tanto a nível local como global.
Num outro desenvolvimento, a administradora executiva para a região africana do Grupo Standard Bank defendeu o restabelecimento da estabilidade macroeconómica, através da mistura equilibrada de políticas fiscal e monetária como uma prioridade para o crescimento do sector privado.
“As reformas para fortalecer a concorrência, o ambiente de negócios e as habilidades também são essenciais para a resiliência das empresas, dada à abertura de Moçambique e a sua exposição ao ciclo de produtos”, afirmou.
Na sua opinião, o comércio regional entre as economias em rápida diversificação vai criar oportunidades para o crescimento inclusivo. No entanto, segundo ressalvou, ainda há muito por fazer em relação à remoção dos obstáculos legislativos, físicos e da ausência de infraestruturas que inibem o comércio transfronteiriço e regional em África.
“O crescimento noutras regiões com alto desempenho económico no mundo, especialmente na Ásia, tem sido caracterizado por altos níveis de comércio transfronteiriço e regional. Este tem sido um dos principais impulsionadores das PME e da formação de competências, criação de emprego para jovens”, sustentou.
Neste âmbito, segundo indicou, o Standard Bank trabalha para conectar os mercados em África, fornecer especialização e consolidar relações para ajudar os clientes a negociar ambientes financeiros e regulatórios transfronteiriços complexos. “Equipas locais e pesquisas aprofundadas impulsionam a compreensão profunda do Standard Bank sobre a dinâmica do mercado em países com economias em rápido desenvolvimento.
Esta especialização permite ao banco criar oportunidades para os clientes encontrarem-se, estabelecerem redes e relacionamentos mutuamente benéficos”, concluiu. Estes pronunciamentos, da administradora executiva para a região africana do Grupo Standard Bank, foram feitos no decurso da terceira edição da Cimeira Financial Times em Moçambique, realizada, recentemente, em Maputo.